Blog da Saúde
Depressão e alimentação: impactos sobre a saúde mental
A alimentação tem um grande papel na vida das pessoas. Ela
marca momentos e fases da vida, possuindo um alto valor emocional, mas será que
chega a tal ponto que depressão e alimentação estejam relacionadas? ¹
Todo temos aquela comida que "aquece o coração" ou com
"gostinho de infância". Quem nunca atacou a geladeira por estar triste ou
ansioso? Isso é muito comum, a alimentação realmente tem um forte laço com
nosso emocional. ¹
Além dessa grande importância emocional, a alimentação
também é o que nos mantêm vivos, afinal, precisamos dos nutrientes que obtemos
através dela. Porém, também há outras relações com a comida que precisamos
entender. ¹
Segundo pesquisas realizadas por psiquiatras, existe uma clara
relação entre alimentação e depressão. Continue lendo para entender melhor como
ocorre essa relação entre alimentação e transtornos mentais como a depressão. ¹
A relação entre alimentação e depressão
Psiquiatras e psicólogos afirmam que pessoas convivendo com transtornos
mentais, como ansiedade e depressão crônica, apresentam um estado de inflamação
sistêmica no cérebro. Por isso, a mudança na alimentação se torna um importante
agente para combater a inflamação causada por transtornos mentais. ²
É claro que a depressão ou ansiedade, assim como outros
transtornos psiquiátricos não são causados exclusivamente por alimentos que
você consome, ok? É um dos fatores que podem contribuir para que quadros
depressivos e ansiosos se estabeleçam. Por isso, é importante entender qual
tipo de alimentação favorece um estado mental mais tranquilo e qual favorece o
estresse, por exemplo. ³
O termo "psiquiatria nutricional" vem sendo estudado e ganhando
cada vez mais relevância visto que a depressão é uma das doenças que mais
cresce no mundo. Em contrapartida, a alimentação mundial segue uma dieta
predominantemente rica em alimentos ultra processados, ricos em açúcar, sódio e
gordura trans, que favorecem o processo de inflamação em nosso organismo. ³
Alimentação e inflamação no cérebro
Mudanças na alimentação podem amenizar sintomas de pânico,
ansiedade e depressão e isso foi comprovado em pesquisa realizada na Grã-
Bretanha com 200 pessoas diagnosticadas com depressão. 88% delas tiveram os
sintomas amenizados com uma dieta balanceada focada em nutrientes com ação
anti-inflamatória. A alimentação adequada tem o poder de reduzir a inflamação
que ocorre no cérebro durante transtornos. ²
Se engana quem pensa que os alimentos que fazem bem para a
saúde mental são aqueles que causam bem-estar imediato, como chocolates, açúcar,
frituras, cafeína ou álcool. Na verdade, esses alimentos citados são justamente
os que promovem estresse a longo prazo. ²
Na verdade, quanto mais natural a alimentação for, melhor! Água,
verduras, legumes, frutas, sementes e grãos integrais são fortes combatentes à
depressão pois fornecem nutrientes, vitaminas, proteínas e minerais que são
essenciais para o combate de transtornos mentais e redução da inflamação no
cérebro causada por eles. ²
Mudanças simples na alimentação para uma saúde mental melhor
Uma alimentação saudável é diversificada e previne doenças
crônicas como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, AVC, câncer e
transtornos psiquiátricos. 4
A dieta exata de cada pessoa vai variar de acordo com idade,
sexo, estilo de vida, atividade física, alimentos disponíveis e hábitos
alimentares. Porém, o princípio de uma dieta que traz saúde é o mesmo para
todas as pessoas: alimentos mais naturais possíveis. 4
Como se parece uma dieta saudável para adultos?
·
Composta predominantemente por frutas, verduras,
legumes, nozes, cereais e leguminosas integrais. 4
·
Ingestão de 400g ou cinco porções de frutas e
vegetais por dia. 4
·
Ingestão máxima de 50g de açúcar livres (cerca
de 12 colheres de chá). Açúcar livres são os açucares adicionados são os
adicionados ao alimento ou bebida, como presentes no mel, xaropes, sucos de
frutas e concentrados de sucos de frutas. 4
·
A ingestão diária de gorduras deve ser menos de 30%
da ingestão total. Gorduras não insaturadas fazem bem a saúde (os presentes em
peixes, abacates, nozes, azeites de girassol e soja). Enquanto as gorduras
saturadas e trans devem ser evitadas (em carnes, banha, alimentos fritos,
lanches e pizzas congeladas, por exemplo). 4
·
Menos de 5g de sal por dia, o que equivale a uma
colher de chá. 4
Sabemos que a depressão não é frescura, tristeza ou
fraqueza. É um transtorno psiquiátrico que pode acometer qualquer pessoa, de
qualquer idade, classe social ou gênero. ² Como comentamos com você ao longo do
texto, a alimentação não é o único fator que deve ser cuidado para evitar
quadros depressivos ou ansiosos, porém, é um forte aliado para a prevenção e no
tratamento.
Leia também: como
a ansiedade e depressão afetam a qualidade de vida.
Referências
1- Barrichello, Julia. Congresso De Iniciação Científica da
UNICAMP. Estado Emocional E Comportamento Alimentar: Vivência De Jovens Com
Dificuldades Alimentares,2020. Disponível em https://www.prp.unicamp.br/inscricao-congresso/resumos/2020P16562A34416O367.pdf
Acesso em 11/10/22
2 -Organização Vida Natural. Depressão E Alimentação:
Descubra Se O Seu Prato Favorece Ou Prejudica Sua Saúde Mental, 2019. Disponível
em
https://www.vidanatural.org.br/depressao-e-
alimentacao/#:~:text=Qual%20%C3%A9%20a%20rela%C3%A7%C3%A3o%20entre,comemos%20e%20nosso%20estado%20mental.
Acesso em 11/10/22
3 - Associacao Brasileira De Nutrição. Em Estudo A
Aliemtnação E Impacto Na Saúde Mental, 2019. Disponível em: https://www.asbran.org.br/noticias/em-estudo-a-alimentacao-e-impacto-na-saude-mental
Acesso em 11/10/22
4 - Organização Pan-americana. Alimentação saudável.
Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/alimentacao-saudavel
Acesso em 11/10/22
Material para todos os públicos.
EFEX-2022-0166 - Novembro/2022