O que é?
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A esquizofrenia é um transtorno mental grave que atinge
cerca de 1% da população mundial. A pessoa com o transtorno tem dificuldade em
diferenciar o real do imaginário, podendo ter alucinações e sensações falsas,
por exemplo, estar sendo perseguido. A condição afeta homens e mulheres na
mesma proporção e, geralmente, começa na adolescência ou na fase adulta.
Continue a leitura e conheça as principais características da esquizofrenia. 1,2,3
Fatores de Risco
Existem alguns fatores de risco para esquizofrenia, eles aumentam
as chances de desenvolver o transtorno. Veja quais são: 3,4
Histórico familiar - as chances de desenvolver o
distúrbio aumentam de acordo com o grau de parentesco. Um estudo realizado pela
Universidade de Copenhague determinou que em 79% dos casos da esquizofrenia há
herança genética. 3,4,5
Reações químicas - o desequilíbrio em reações químicas
no cérebro aumenta os riscos do desenvolvimento da esquizofrenia. Geralmente,
isso acontece em períodos que o cérebro passa por várias alterações químicas e
hormonais, como na puberdade.3,5
Problemas no nascimento - podem afetar o desenvolvimento do
cérebro, o que aumenta o risco de esquizofrenia. Os problemas podem ser os
seguintes: 3,4,5
·
Nascimento prematuro;
·
Peso baixo no nascimento;
·
Falta de oxigênio durante o parto.
Estresse - eventos estressantes podem desencadear a
esquizofrenia em pessoas que já possuem predisposição para o distúrbio, tais
como: 3,5
·
Morte de alguém querido;
·
Perda do emprego;
·
Fim de um relacionamento;
·
Abuso físico, sexual ou emocional.
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas da esquizofrenia são divididos em três
categorias: 3
1. Positivos - reações novas na personalidade do paciente,
tais como: 3
·
Alucinações - os sentidos são afetados, fazendo
a pessoa ver, sentir ou ouvir algo que não existe;
·
Delírios - ideias e crenças falsas, como a
sensação de estar sendo observado ou perseguido;
·
Pensamentos confusos - dificuldade em formular
e expressar ideias.
2. Negativos - perda de habilidades que a pessoa costumava
ter, por exemplo: 3
·
Falta de interesse em atividades que antes
eram importantes, como o trabalho ou estudos;
·
Apatia;
·
Fala reduzida;
·
Isolamento social;
·
Falta de energia.
3. Cognitivos - alterações na organização de pensamentos,
tais como:3
·
Dificuldade de foco e concentração;
·
Dificuldade em entender informações;
·
Falhas de memória.
Ter alguns desses sintomas não indica que você ou alguém próximo tem o transtorno. Apenas um médico especializado pode fazer o diagnóstico da esquizofrenia.
Esquizofrenia infantil
A esquizofrenia precoce apresenta sinais antes dos treze
anos de idade. Quando o transtorno começa nesse período, os sintomas são
parecidos com os que adultos têm. Além disso, a adaptação à novas atividades é mais
difícil. 6,7
O desenvolvimento da esquizofrenia infantil costuma ser
lento, o que dificulta o diagnóstico e faz com que ela possa ser confundida com
outros distúrbios mentais, como o transtorno afetivo bipolar e o autismo. É
muito importante que os pais fiquem atentos às mudanças do comportamento e aos
sinais que a esquizofrenia pode causar. 6,7
Diagnóstico
O diagnóstico da esquizofrenia é feito com base em dois
critérios: o primeiro é a presença de sintomas da esquizofrenia. E o segundo, a
exclusão de outros distúrbios mentais com sintomas parecidos. Além disso, o
psiquiatra, que é o especialista capacitado para fazer esse tipo de
diagnóstico, deve considerar se o paciente se encaixa nos fatores de risco para
esquizofrenia.1,8
Apesar de não existir forma de prevenir a esquizofrenia,
procurar um médico assim que os primeiros sintomas surgirem pode evitar o
avanço do transtorno. 4
Tratamento
A esquizofrenia exige tratamento por toda a vida, mesmo que os
sintomas diminuam ou desapareçam. Estudos mostram que, com o tratamento
adequado para esquizofrenia, 60% dos pacientes conseguem ter uma vida social e
profissional normal. 3,9
Os tratamentos são:
Medicação - os medicamentos indicados pelo médico
possuem o objetivo de regular os neurotransmissores do cérebro. É importante
você se informar sobre os benefícios e os efeitos colaterais de qualquer
medicamento prescrito.3
Psicoterapia - a psicoterapia individual ou em família
ajuda a enfrentar o transtorno e identificar sinais de recaída. Ela é
importante para a pessoa recuperar as habilidades sociais e retomar as
atividades diárias.3
Eletroconvulsoterapia (ECT) - produz estímulos elétricos no
cérebro para equilibrar os neurotransmissores. É um tratamento seguro e usado
quando os pacientes não respondem bem aos medicamentos. 10
Além desses tratamentos, é importante que tanto o paciente quanto
os familiares entendam a doença e aprendam formas de amenizar os sintomas.
Grupos de apoio, terapia artística e técnicas de relaxamento de corpo e mente
podem ser incluídas no plano de tratamento para esquizofrenia com o objetivo de
diminuir e administrar os sintomas. 3
Material para todos os públicos.
LEP-2023-0106 - Agosto/2023
Referências:
1.
Maria, Jair J. e Leitão, Raquel J. A epidemiologia da esquizofrenia. Braz. J.
Psychiatry 22 (suppl 1). Maio 2000.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbp/a/VVFtZBy4vDPk6BjFbxqWGxS/?lang=pt
Acesso em 08/08/2023.
2.
Rangel, Bárbara L. e dos Santos, Adriana.
Aspectos genéticos da esquizofrenia revisão de literatura. Revista UNINGÁ
Review. Vol.16,n.3.,pp.27-31 (Out - Dez 2013) Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20131201_210447.pdf.
Acesso em 08/08/2023.
3.
National Institute of Mental Health. Schizophrenia.
Disponível em: https://www.nimh.nih.gov/health/topics/schizophrenia/index.shtml#part_145430.
Acesso em 08/08/2023.
4.
Mayo Clinic. Schizophrenia. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/schizophrenia/symptoms-causes/syc-20354443
- acessado em 08/08/2023.
5.
Da Silva, Regina C. B. Universidade Federal de
São Paulo - UNIFESP. Esquizofrenia: uma revisão. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pusp/a/Vt9jGsLzGs535fdrsXKHXzb/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em 08/08/2023.
6.
Giordani, Jaqueline. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Esquizofrenia infantil. Disponível em: https://www.ufrgs.br/psicopatologia/wiki/index.php?title=Esquizofrenia_infantil.
Acesso em 08/08/2023.
7.
Nunes, Maíra M. e Serbena, Carlos Augusto.
Universidade Federal do Paraná. Esquizofrenia infantil como autoproteção
psíquica - concepção da psicologia analítica. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/psicologiaempesquisa/article/view/30385.
Acesso em 08/08/2023.
8.
Araújo, Álvaro C. e Neto, Francisco L. FMUSP.
A nova classificação Americana para os Transtornos Mentais. Rev. bras. ter.
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Acesso em 08/08/2023.
9.
Elkis, Hélio. Revisão da literatura: A
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Acesso em 08/08/2023.
10.
Sanghani, Sohag N; Petrides, Georgios; Kellner,
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