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Histórias inspiradoras: deficientes visuais que superam desafios
A deficiência visual afeta 6,5 milhões de brasileiros, que têm baixa visão ou cegueira total. Segundo dados do World Report on Disability 2010 e do Vision 2020, a cada 5 segundos, 1 pessoa se torna cega no mundo. Mesmo assim, os deficientes visuais enfrentam muitos desafios relacionados à acessibilidade ou à própria condição. Conheça histórias inspiradoras de deficientes visuais que superaram e continuam superando esses desafios todos os dias.
Antônio Tenório, atleta e campeão paralímpico de Judô
Aos 13 anos, Antônio, que pratica judô desde os 8, foi atingido no olho esquerdo por uma semente de mamona enquanto brincava com os amigos. O trauma deslocou a sua retina e o deixou cego. Seis anos mais tarde, o olho direito foi prejudicado por uma infecção, fazendo com que ele perdesse totalmente a visão.
O atleta não deixou que isso o parasse. Teve de se adaptar na modalidade paraolímpica de judô e foi se aperfeiçoando. Em 1996, nos jogos de Atlanta, já garantiu a primeira medalha de ouro do Brasil fora do atletismo e da natação. Quando chegou em Pequim, em 2008, era o único judoca a conquistar quatro ouros consecutivos em Paraolimpíadas e o 6º maior vencedor brasileiro em Jogos Olímpicos. Aos 42 anos, subiu ao pódio da Rio 2016 com medalha de prata e nem pensa em aposentadoria.
Ana Beatriz, estudante e sucesso na internet
A estudante Ana Beatriz Mesquita é cega de um dos olhos por causa do glaucoma que teve na infância. Antes dos 4 anos, ela fez cinco cirurgias no olho e acabou perdendo a visão.
Ana conta que sempre sofreu preconceitos, mas se esforça para não dar valor às vozes que a colocavam para baixo. Superando os preconceitos e buscando se aceitar, com 17 anos, ela começou a compartilhar a própria história e dicas de maquiagem e beleza nas redes sociais.
Hoje, a adolescente faz tutoriais de moda, maquiagem, tem mais de 60 mil seguidores e costuma ser convidada por lojas para divulgar produtos e lançamento de coleções.
John Bramblitt, pintor e assessor no Metropolitan Museum of Art de Nova York
As telas de John Bramblitt estão presentes em mais de 20 países. O norte-americano perdeu sua visão quando tinha 30 anos, devido a uma complicação em suas crises de epilepsia.
O incidente deixou Bramblitt depressivo, sentindo-se distanciado da família e dos amigos. Ele nunca havia pintado antes, mas ao tentar brincar com o pincel e com a tinta, descobriu uma nova paixão.
O pintor usa uma tinta de secagem rápida, com a qual ele consegue sentir na ponta dos dedos a forma que compõe na tela e, com o auxílio de etiquetas em braile nos tubos de tinta, consegue fazer a mistura certa das cores. Hoje, ele consegue sentir e enxergar à sua maneira cada quadro que pinta.
Além de pintor, Bramblitt também trabalha como assessor no Metropolitan Museum of Art de Nova York, nos EUA, onde coordena projetos que garantem acessibilidade à arte.
Andrea Bocelli, advogado e tenor premiado mundialmente
Andrea Bocelli foi diagnosticado com glaucoma ainda criança, quando já apresentava muita dificuldade de enxergar. Aos 12 anos, enquanto jogava futebol foi atingido na cabeça e perdeu a visão definitivamente.
Desde pequeno apaixonado pela música, Bocelli aprendeu a tocar piano, flauta, saxofone, trompete, harpa, violão e bateria, além de cantar. Enquanto fazia aulas de canto, ele também se formou em direito e trabalhou um ano como advogado antes de dedicar-se integralmente à carreira musical.
Hoje, Andrea Bocelli, já se apresentou em festivais e turnês em vários países, foi premiado diversas vezes e é reconhecido mundialmente como um dos maiores tenores do cenário musical.
A deficiência visual traz muitos desafios para seus portadores, mas com o suporte técnico, emocional e força de vontade, é possível alcançar os seus objetivos e viver sua vida plenamente. Inspire-se com essas histórias e continue em frente!
Referências:
Material para todos os públicos.
XALA-2022-0161 - Agosto/2022