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Glaucoma e saúde mental: impactos e dicas para enfrentamento de forma positiva
Além de
impactar a visão, o glaucoma também afeta as emoções e a mente dos pacientes,
gerando preocupações como medo e insegurança sobre o futuro.¹ Isso acontece
porque a progressão da doença e suas limitações no cotidiano podem intensificar
sintomas de ansiedade e depressão, afetando a autoestima do paciente.
Muitos
estudos apontam os impactos do diagnóstico à saúde mental e os efeitos da
depressão e ansiedade no manejo do glaucoma. Por isso, compartilhar dicas
práticas para enfrentar essa condição de forma positiva e equilibrada pode
minimizar os impactos emocionais e preservar a qualidade de vida.¹
Como o glaucoma afeta a saúde mental?
O glaucoma,
sendo uma doença crônica, vai muito além dos desafios físicos causados pela
perda gradual da visão. Estudos indicam que a prevalência de ansiedade entre
pacientes com glaucoma varia entre 13% e 30%, enquanto a depressão afeta cerca
de 10,9% a 24,7% dos indivíduos. ²
Essa
relação é frequentemente bidirecional: o diagnóstico de glaucoma pode
desencadear sintomas de ansiedade e depressão, mas essas condições emocionais
também podem influenciar a progressão da doença. Pesquisas sugerem que
indivíduos com histórico de ansiedade apresentam maior risco de desenvolver
glaucoma, destacando a complexa interação entre saúde emocional e física.²
As
evidências mostram que ansiedade e depressão podem acelerar a progressão do
glaucoma, afetando diretamente mecanismos fisiológicos mediados pelo sistema
nervoso autônomo (SNA). Fatores como pressão intraocular (PIO) elevada ou
flutuante, idade avançada, hemorragia do disco óptico (HD), miopia e alterações
na pressão arterial (PA) também desempenham papéis críticos. ²
Impacto da depressão e ansiedade no glaucoma
A saúde
mental desempenha um papel crucial na forma como os pacientes enfrentam o
glaucoma. Sua natureza assintomática, o alto custo dos medicamentos
anti-hipertensivos e seus possíveis efeitos colaterais podem agravar o impacto
emocional da doença. Estudos revelam que a prevalência de depressão e/ou
ansiedade entre pacientes com glaucoma varia de 6,6% a 13%, dependendo da
amostra estudada.³
Em uma das
análises, verificou-se que pacientes deprimidos ou ansiosos tendem a apresentar
baixa adesão ao tratamento, o que pode acelerar a progressão da doença. Dessa
forma, a ansiedade e a depressão podem afetar diretamente a adesão ao
tratamento, já que pacientes deprimidos tendem a negligenciar consultas médicas
e o uso regular de medicamentos.³
Estudos mostram que pacientes com glaucoma que recebem suporte psicológico adequado têm maior sucesso no manejo da doença e melhor qualidade de vida. A combinação de tratamento oftalmológico e suporte para saúde mental é essencial para o controle eficaz do glaucoma.¹
Impacto da pressão arterial elevada no glaucoma e saúde mental
A
hipertensão, ou pressão arterial elevada, é amplamente reconhecida como um
fator de risco para diversas condições cardiovasculares, mas seu impacto sobre
a saúde ocular, especialmente no glaucoma, também tem sido foco de estudos
médicos. O glaucoma de ângulo aberto (OAG), uma das formas mais prevalentes de
glaucoma, está diretamente relacionado ao aumento da pressão intraocular, o que
pode ser exacerbado pela hipertensão. Isso ocorre porque a pressão arterial
elevada pode comprometer o fluxo sanguíneo para os nervos ópticos, aumentando o
risco de dano permanente à visão.4
Estudos
mostram que a instabilidade na pressão arterial, seja ela muito alta ou muito
baixa, também pode agravar a condição do glaucoma. A pressão arterial instável
pode afetar negativamente o fornecimento de sangue ao nervo óptico,
prejudicando sua função e acelerando a progressão do glaucoma. Além disso, a
combinação da pressão arterial elevada com outros fatores de risco, como a
idade avançada e histórico familiar de glaucoma, pode multiplicar as chances de
danos à visão.4
Além do impacto físico, a hipertensão também pode influenciar significativamente a saúde mental dos pacientes com glaucoma. A convivência com uma condição crônica como o glaucoma pode aumentar os níveis de estresse e ansiedade, já que muitos pacientes temem a perda da visão, que afeta a qualidade de vida. A hipertensão, por sua vez, é conhecida por agravar quadros de ansiedade e depressão, criando um ciclo vicioso de desafios físicos e emocionais. O controle adequado da pressão arterial torna-se, portanto, não apenas uma medida preventiva contra complicações oculares, mas também uma estratégia importante para a saúde mental.1,4
Pacientes
com hipertensão e glaucoma devem adotar uma abordagem integrada de cuidado, que
inclua a monitorização contínua da pressão arterial, o tratamento adequado da
doença ocular e o apoio psicológico para lidar com os aspectos emocionais da
condição. O acompanhamento regular com profissionais de saúde especializados é
fundamental para gerenciar esses riscos e melhorar a qualidade de vida dos
pacientes.¹
Estratégias para enfrentar o glaucoma de forma positiva
Enfrentar o
glaucoma de forma proativa pode melhorar significativamente a qualidade de vida
dos pacientes. Algumas estratégias importantes incluem:¹
A importância do acompanhamento integrado
Um
acompanhamento integrado no tratamento do glaucoma vai além do controle da
pressão intraocular (PIO). É essencial oferecer suporte no manejo de ansiedade
e depressão, utilizando estratégias como meditação, educação do paciente,
encaminhamentos para serviços sociais e de baixa visão e terapia de saúde
mental. Casos de ansiedade e depressão clínica, contudo, requerem avaliação por
profissionais especializados.Entre as possíveis abordagens, estão:5
- Meditação Mindfulness (MM): a meditação mindfulness pode contribuir para a
redução da pressão intraocular (PIO). Um estudo demonstrou que pacientes que
praticaram 45 minutos diários de MM, combinados com medicamentos tradicionais,
tiveram uma redução média de 23,3% na PIO, enquanto o grupo controle apresentou
apenas 5,8%. Apesar do tamanho reduzido da amostra, os resultados sugerem
benefícios significativos.5
- Encaminhamento para baixa visão e serviços sociais: o encaminhamento precoce para
reabilitação de baixa visão é essencial para melhorar a qualidade de vida dos
pacientes. Clínicos especializados têm mais tempo para oferecer suporte
emocional, além de orientar sobre serviços sociais e recursos disponíveis.5
- Saúde mental e relação médico-paciente: iniciar conversas sobre saúde mental pode
ser desafiador, mas é fundamental. Perguntas abertas, como "Em quem
você se apoia para lidar com essa situação?", podem abrir espaço para
diálogos importantes. A confiança desenvolvida ao longo dos anos entre médico e
paciente é um diferencial no cuidado, oferecendo um ambiente seguro para
compartilhar medos e desafios.5
Em resumo, o glaucoma é uma condição que afeta o bem-estar emocional e mental dos pacientes. ¹Adotar uma abordagem integrada, buscar apoio emocional e seguir rigorosamente o tratamento médico são passos essenciais para enfrentar o glaucoma de forma positiva.5 Com conhecimento, suporte e cuidado, é possível conviver com a doença mantendo qualidade de vida e bem-estar emocional.
Referências
- SHAN , Lin. The Impact of Glaucoma on Mental
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Acesso em: 28 dez. 2024.
Material
destinado a todos os públicos.
BR-NON-2024-00618
- Janeiro/2025