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Estresse, ansiedade e depressão influenciam o tratamento para dores neuropáticas?


A relação entre ansiedade, depressão e dor é especialmente notável em casos de dores crônicas, como fibromialgia, dores nos nervos, enxaquecas, dor lombar e síndrome do intestino irritável. Neste post, vamos explorar como esses aspectos se conectam e qual é a relevância dessa interação.¹

 

A dor e as emoções

O tratamento de dor neuropática, por ser crônica, precisa ser constante e sem sofrer interrupções. Além do tratamento recomendado pelo seu médico são necessários alguns outros cuidados.

Isso porque as nossas emoções podem acabar prejudicando o tratamento de dor neuropática e vice-versa. A ansiedade e a depressão são sintomas constantemente relatados junto da dor neuropática por muitos pacientes.2

Quando sentimos dor constante, acabamos desanimando e até mesmo ficando um pouco infelizes com o fato de precisar tomar os remédios para o resto da vida. Por isso, é importante entender que a depressão, a ansiedade e até mesmo o estresse podem se tornar sintomas para alguns pacientes que sofrem com essa patologia.2

É por isso que o diagnóstico e o tratamento dessa doença muitas vezes já estão associados às morbidades psicológicas que o paciente pode vir a sentir.2

 

Sintomas que o estresse pode causar

O estresse, seja causado por depressão, insônia, problemas de relacionamento ou financeiros, afeta diretamente nosso sistema nervoso. Ele nos deixa tensos e nervosos, literalmente. Nossos músculos ficam contraídos, especialmente em áreas como a parte inferior, média e superior das costas, ombros, pescoço, cabeça, testa e mandíbula. Também podemos sentir os efeitos no estômago, com sintomas como desconforto, refluxo, diarreia, entre outros.³

Com o tempo, essa tensão muscular constante pode causar dores e espasmos. Ou seja, o estresse persistente, como o causado por dores crônicas, pode levar à tensão muscular contínua, que acaba sendo dolorosa.³

 

Como aliviar o estresse?

Lidar com os desafios do estresse causado pela dor crônica pode ajudar a enfrentar melhor a própria dor. Focar na redução do estresse torna o que parecia intolerável mais suportável. Programas de reabilitação para dor crônica oferecem métodos comprovados para aliviar a dor e ajudar a superar dificuldades como ansiedade, insônia e problemas de relacionamento, promovendo um manejo mais equilibrado do estresse e da dor. ³

 

Sintomas da ansiedade

Os transtornos de ansiedade causam sintomas como:4

  • Preocupações, tensões ou medos intensos, que dificultam o relaxamento;
  • Sensação persistente de que algo ruim ou perigoso vai acontecer;
  • Foco exagerado em questões como saúde, dinheiro, família ou trabalho;
  • Medo muito forte de um objeto ou situação específicos;
  • Receio intenso de passar por situações embaraçosas em público;
  • Dificuldade de controlar pensamentos, imagens ou comportamentos que se repetem contra a vontade;
  • Forte sensação de pânico após vivências muito estressantes.

 

Formas de tratar a ansiedade

Há três tipos de tratamento indicados para os transtornos de ansiedade:4

  1. Uso de medicamentos (sempre com orientação e prescrição médica);
  2. Acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra;
  3. Tratamento combinado (medicamentos e acompanhamento psicológico).

A maioria das pessoas começa a notar melhora e retoma suas atividades após algumas semanas de tratamento. Por isso, buscar ajuda especializada na unidade de saúde mais próxima pode fazer diferença. O diagnóstico correto e precoce, tratamento eficaz e um acompanhamento por mais tempo ajudam a alcançar melhores resultados e evitar complicações.4

 

Sintomas da depressão

A depressão pode se manifestar de diversas formas, afetando o humor, a energia e até a saúde física. Entre os principais sintomas estão:5

  • Tristeza constante e sensação de vazio;
  • Falta de energia e concentração nas atividades diárias;
  • Insônia frequente ou excesso de sono;
  • Alteração no apetite, podendo ser perda ou aumento, com vontade de doces;
  • Menor interesse pela vida íntima;
  • Dores pelo corpo e sensação de mal-estar geral.

 

Tratamento da depressão

 O tratamento inclui medicamentos e terapia. A escolha do antidepressivo é feita com base no tipo de depressão, histórico pessoal e familiar, e nas características do medicamento. Cerca de 90-95% das pessoas se recuperam totalmente com o tratamento adequado, especialmente se mantiverem a regularidade e seguirem as orientações médicas.5

 

Conclusão

Alterações no humor e no estado psicológico podem afetar a maneira como a dor é sentida, tornando mais difícil enfrentar o tratamento de forma equilibrada.¹ Por isso, reconhecer a relação entre mente e corpo pode ser um passo importante para melhorar o bem-estar geral. Continue cuidando do seu corpo e da sua mente!

Leia também: Por que a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é eficiente no tratamento da depressão e ansiedade?

 

Referências:

  1. Harvard Health Publishing. Havard Medical School. Pain, anxiety and depression. Disponível em: https://www.health.harvard.edu/mind-and-mood/pain-anxiety-and-depression  Acesso em 26 de nov.2024
  2. TEIXEIRA, Manoel J. Dor e depressão. Neurociências, Universidade Federal de São Paulo, 2006. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/download/8762/6296/36456. Acesso em: 23 out. 2023
  3. Institute of Chronic Pain. Stress and Chronic Pain. Disponível em: https://www.instituteforchronicpain.org/blog/item/123-26stress-and-chronic-pain Acesso em 26 de nov.2024
  4. Biblioteca Virtual em Saúde. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Ansiedade. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/ansiedade/ Acesso em 06/11/2024 
  5. Ministério da Saúde. Depressão. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/depressao Acesso em 06/11/2024

 

Material destinado a todos os públicos.

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