Blog da Saúde
Estratégias para Reduzir o Impacto das Redes Sociais na Ansiedade
O uso crescente
dessas plataformas redefiniu a maneira como as pessoas interagem, se informam e
até mesmo se percebem. A facilidade de
acesso à informação, a busca por aprovação social e a constante comparação com
os outros podem aumentar os níveis de ansiedade e prejudicar o bem-estar
digital. No entanto, enquanto essas redes oferecem oportunidades de conexão e
aprendizado, também trazem desafios significativos para o bem-estar psicológico
dos usuários.1
Estudos recentes
destacam que questões como ansiedade, depressão e baixa autoestima têm ligação
com o uso excessivo ou inadequado de redes sociais. Ao mesmo tempo, essas
plataformas possuem potencial para promover saúde mental e apoio emocional
quando utilizadas de forma consciente. Este texto analisa como as redes sociais
afetam a saúde mental, explorando benefícios, riscos e estratégias para o uso
equilibrado, com base em pesquisas relevantes.1
O crescimento do uso das redes sociais e sua relação com a saúde mental
Esse número impressionante revela não apenas o papel central dessas ferramentas na vida cotidiana, mas também sua capacidade de influenciar comportamentos e emoções.¹
Muitas vezes, essa influência é sutil: uma rolagem rápida no feed pode gerar sentimentos de inadequação, inveja ou frustração. Em médio e longo prazo, esse hábito pode levar à insônia, falta de concentração e até crises de ansiedade.2
O impacto das redes sociais na ansiedade
As redes sociais,
apesar de oferecerem interações instantâneas, podem paradoxalmente intensificar
sentimentos negativos. Quando usadas de maneira extensiva, podem desencadear ou
agravar sentimentos de solidão e desconexão. Alguns dos principais fatores que
contribuem para esse impacto incluem:2
- Comunicação superficial: quando os canais de comunicação têm poucos sinais
visíveis, como expressões faciais e gestos, as interações podem parecer frias e
distantes, dificultando uma conversa mais próxima e clara.2
- Interpretações errôneas: a falta de nuances na comunicação online pode
levar a mal-entendidos e interpretações equivocadas, aumentando a insatisfação
emocional e os sentimentos de isolamento.2
- Ativação da resposta ao medo: o tempo gasto em plataformas de redes sociais pode
estimular a amígdala e a via do medo, tornando os jovens adultos mais
suscetíveis a sentimentos de solidão e desconexão social.2
- Ciclo vicioso do FoMO: a busca por aliviar a solidão através do
engajamento nas redes sociais pode, na verdade, exacerbar esses sentimentos,
criando uma necessidade de retornar constantemente à plataforma.2
- Insatisfação de necessidades psicológicas básicas: a experiência de menor satisfação
das necessidades de competência, autonomia e conexão com os outros pode estar
ligada a níveis mais elevados de medo de ficar de fora (FoMO), intensificando a
sensação de desconexão.2
- Sobrecarga de opções e indecisão: O FoMO expõe os indivíduos a inúmeras opções,
impactando sua capacidade de tomar decisões e formar compromissos, devido ao
receio de perderem experiências potencialmente mais significativas.2
O impacto das redes sociais na produtividade
O uso excessivo das
redes sociais não afeta apenas a saúde mental, mas também compromete a
produtividade. A constante necessidade de verificar notificações, responder
mensagens ou acompanhar conteúdos pode gerar distrações, aumentar a
procrastinação e dificultar o foco em tarefas importantes. Algumas das formas
mais comuns pelas quais as redes sociais impactam negativamente a produtividade
incluem:2
1. Interrupções frequentes
As redes sociais estimulam a alternância
constante entre tarefas, especialmente com o recebimento contínuo de
notificações. Isso fragmenta a atenção, tornando difícil manter um fluxo de
trabalho eficiente.2
2. Dificuldade de concentração
O excesso de informações visuais e textuais
sobrecarrega o cérebro, afetando a capacidade de foco, retenção e tomada de
decisão - fatores essenciais para o bom desempenho acadêmico e profissional.2
3. Sensação de esgotamento mental
O uso prolongado das redes sociais pode causar
fadiga digital. Essa exaustão compromete a energia necessária para atividades
cognitivas mais exigentes, prejudicando o aprendizado e a produtividade.2
Estratégias para um uso mais saudável das redes sociais
1. Estabelecer limites de tempo
Definir um tempo
máximo para o uso diário das redes sociais ajuda a evitar o consumo compulsivo.
Ferramentas como Digital Wellbeing (Android) e Screen Time (iOS) permitem
acompanhar o tempo gasto em cada aplicativo, criando alertas e bloqueios
conforme necessário.2
2. Praticar o detox digital
O detox digital
envolve fazer pausas conscientes no uso das redes sociais, seja por algumas
horas, dias ou até semanas. Essa prática ajuda a interromper o ciclo do FoMO
(medo de estar perdendo algo), permitindo que a pessoa recupere o controle
sobre seus hábitos digitais. Além de promover equilíbrio emocional, o detox
favorece o desenvolvimento de estratégias mais saudáveis de conexão social e o
fortalecimento da resiliência diante da ansiedade gerada pelo uso excessivo das
plataformas.2
3. Filtrar o conteúdo consumido
O tipo de conteúdo
acessado impacta diretamente na saúde mental. Optar por seguir perfis que
promovam mensagens positivas, educativas e realistas, e silenciar ou deixar de
seguir conteúdos tóxicos ou idealizados demais, é essencial para manter o
bem-estar digital.2
4. Priorizar atividades offline
Desconectar-se das
redes sociais para investir em atividades fora das telas é uma forma eficaz de
reduzir a ansiedade e melhorar o humor. Algumas opções incluem:3
- Prática de
exercícios físicos e meditação
- Leitura de livros
- Hobbies como
pintura, escrita ou música
- Momentos com amigos
e família, sem o uso de celulares
5. Criar uma rotina livre de telas antes de dormir
O uso de
dispositivos eletrônicos à noite está associado à redução do tempo de sono,
especialmente em crianças com menor capacidade de concentração e controle
emocional. Essas crianças podem dormir até 40 minutos a menos quando usam telas
antes de dormir. Estabelecer uma rotina sem dispositivos - como leitura, música
calma ou alongamentos - ajuda a melhorar a qualidade do sono e a reduzir os
impactos negativos do FoMO no dia seguinte.4
6. Desenvolver a consciência digital
Refletir sobre o
papel que as redes sociais desempenham na sua rotina e emoções é fundamental.
Essa avaliação favorece um uso mais intencional, evitando o consumo automático
e impulsivo.1
7. Recursos e apoio profissional
Quando a ansiedade
relacionada às redes sociais interfere na qualidade de vida, buscar apoio
psicológico é uma atitude importante. Abordagens como a Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC) são eficazes no manejo de ansiedade e no
desenvolvimento de estratégias de autocontrole digital.2
Aplicativos como
Calm, Headspace e Meditopia oferecem práticas de mindfulness e respiração que
ajudam a lidar com o estresse e a ansiedade causados pelo uso excessivo de
tecnologia.2
Considerações Finais
As redes sociais
fazem parte da vida contemporânea e têm benefícios evidentes na comunicação,
aprendizado e entretenimento. No entanto, seu uso desmedido pode desencadear ou
intensificar quadros de ansiedade, afetar o sono, reduzir a produtividade e
impactar negativamente o bem-estar digital.2
Ao adotar práticas
como limitar o tempo de uso, praticar o detox digital, estabelecer rotinas
offline e refletir sobre o impacto emocional das redes, é possível cultivar uma
relação mais saudável com a tecnologia.2
O medo de estar
perdendo algo (FOMO) é uma armadilha emocional comum no universo online. Mas
com estratégias simples e intencionais, é possível recuperar o controle sobre o
tempo, o foco e a tranquilidade. Pequenas mudanças podem representar um grande
passo rumo a uma vida mais equilibrada e conectada com o que realmente importa.2
Referência:
- SPDM - ASSOCIAÇÃO
PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA. Como as redes sociais afetam a
saúde mental?. SPDM - Associação Paulista Para o Desenvolvimento da Medicina,
[S. l.], p. Blog, 17 jan. 2025. Disponível em: https://spdm.org.br/blogs/como-as-redes-sociais-afetam-a-saude-mental/.
Acesso em: 4 abr. 2025.
- GUPTA, Mayank; SHARMA, Aditya. Fear of missing out:
A brief overview of origin, theoretical underpinnings and relationship with
mental health. National Library Of Medicine, [S. l.], p. PubMed Central,
Jul.2021. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8283615/#sec9.
Acesso em: 4 abr. 2025.
- KING UNIVERSITY ONLINE. Scared to Stay In: The
Psychology of FOMO. King University Online, [S. l.], p. News, 4 set. 2019. Disponível em: https://online.king.edu/news/psychology-of-fomo/. Acesso em: 4
abr. 2025.
- EUNICE KENNEDY SHRIVER NATIONAL INSTITUTE OF CHILD
HEALTH AND HUMAN DEVELOPMENT. Science Update: Screen time before bed linked to
less sleep in children with impulse control problems, according to NIH-funded
study. Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health And Human
Development, [S. l.], p. News&Updates, 26 jun. 2020. Disponível em: https://www.nichd.nih.gov/newsroom/news/062620-screen-time.
Acesso em: 4 abr. 2025.
Material destinado
a todos os públicos.
BR-NON-2025-00165 -
Junho/2025