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Abordagem multidisciplinar para o tratamento da dor: um olhar holístico para a saúde


A dor é considerada um grande problema clínico em todo o mundo.1 Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), a dor crônica afeta milhões de pessoas, impactando não apenas o corpo, mas também a mente e a qualidade de vida.2

 

A dor crônica: um desafio que exige uma abordagem multifacetada

A dor crônica é aquela que persiste por mais de três meses, mesmo após sua cura aparente.2 Ela pode ser causada por diversas condições, incluindo: 2

  • Dor Neuropática2

Resulta de danos nos nervos e pode causar sensações de queimação, formigamento e choques elétricos.

  • Fibromialgia2

Caracterizada por dor generalizada e fadiga extrema.

 

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 37% dos brasileiros sofrem com algum tipo de dor crônica. Esta realidade mostra a necessidade urgente de repensar o tratamento da dor, adotando uma abordagem que considere os múltiplos fatores envolvidos.3

Pacientes com fibromialgia, por exemplo, podem se beneficiar de intervenções que vão além do alívio físico da dor, como controle da ansiedade generalizada e práticas que abordem o componente emocional.4

 

A importância de olhar para o indivíduo como um todo

A fadiga constante, os distúrbios do sono e a ansiedade generalizada são componentes que agravam o quadro da dor.5 O mesmo acontece com quem tem dor neuropática associada à diabetes ou a uma lesão nervosa: além da dor, há medo, estresse e, muitas vezes, sintomas depressivos. 5

 

Integrando diferentes áreas do conhecimento para um tratamento eficaz

O tratamento da dor crônica exige uma abordagem que combine diferentes estratégias para alcançar resultados mais eficazes. Isso inclui terapias integrativas, medicamentos, fisioterapia e terapias alternativas, como acupuntura e meditação.7

Embora os medicamentos desempenhem um papel fundamental no alívio imediato da dor, eles podem apresentar efeitos colaterais e riscos quando usados a longo prazo. Por isso, não devem ser a única solução considerada. A integração de outras abordagens permite um tratamento mais equilibrado e sustentável. 7

A chave para o sucesso está na personalização do tratamento, levando em conta a causa específica da dor, as condições de saúde do paciente e suas preferências pessoais. Com essa abordagem multidisciplinar, é possível não apenas aliviar os sintomas, mas também melhorar a qualidade de vida e promover o bem-estar integral do paciente. 7

1. Tratamento medicamentoso8

  • Analgésicos e anticonvulsivante: o tratamento medicamentoso é eficaz no controle da dor neuropática e no tratamento de convulsões.
  • Antidepressivos: inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina ajudam tanto na dor quanto na ansiedade associada.

2. Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCC)4

Essas terapias ajudam o paciente a modificar padrões de pensamento negativos, reduzindo o impacto emocional da dor.

3. Atividades físicas e terapias corporais

Exercícios, meditação são eficazes no alívio de dores musculares e no controle da ansiedade generalizada.3,6

4. Medicina integrativa

Práticas como acupuntura e técnicas de relaxamento complementam os tratamentos tradicionais, ajudando na promoção do bem-estar geral. 6

 

Superando a dor e transformando com futuro da medicina

O objetivo de uma abordagem holística não é apenas aliviar os sintomas, mas permitir que o paciente tenha autonomia e consiga melhorar sua qualidade de vida. Com a redução da dor, muitos pacientes podem identificar um aprimoramento significativo na sua saúde e bem-estar emocional.7

A medicina está evoluindo para ser mais personalizada e centrada no paciente. A jornada pela saúde integral vai além da dor. Ela considera a pessoa como um todo, integrando mente, corpo e ambiente.7 Confira a cartilha que o SeCuida preparou com dicas para aumentar a qualidade de vida de quem convive comdor neuropática.

Adotar uma abordagem multidisciplinar pode ser o caminho mais eficaz para o alívio real e duradouro. 7

 

Referências:

  1. A. ABDULLA, Alaa; A. OSHI , Murtada. A dor é considerada um grande problema clínico em todo o mundo. Brazilian Journal Of Pain, [s. l.], v. 07, ed. ISSN - 2595-0118, p. 7-13, 2024. Disponível em: https://www.sbed.org/sites/arquivos/downloads/_brjp_v7n2_port_2024_edicao_continuada_3.pdf.  Acesso em: 15 dez. 2024.
  2. PINHEIRO AGUIAR, Débora; PEREIRA DE QUEIROZ SOUZA, Cleanis; MIRANDA BARBOSA, Wania Justina; FLEURY UCHOA SANTOSJÚNIOR, Francisco; SIRIANI DE OLIVEIRA, Anamaria. Prevalência de dor crônica no Brasil: revisão sistemática. Brazilian Journal of Pain, São Paulo, v. 4, 2021. DOI 10.5935/2595-0118.20210041. Disponível em: https://www.scielo.br/j/brjp/a/Ycrw5pYxPJnwzmkKyBvjzDC/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 15 dez. 2024.
  3. LIMA, Catarina; QUEIROZ, Laísa; MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pesquisa aponta que quase 37% dos brasileiros acima de 50 anos têm dores crônicas. Ministério da Saúde, 7 dez. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/dezembro/pesquisa-aponta-que-quase-37-dos-brasileiros-acima-de-50-anos-tem-dores-cronicas. Acesso em: 15 dez. 2024.
  4. WSCIEKLICA, Tatiana; JACOBUCCI PELLEGRINI, Marina; MEZIAT-FILHO, Ney Armando; CORRÊA MALDONADO, Diogo; FLORENCIO GAMA, Eliane. Atualização sobre a dor crônica musculoesquelética: revisão narrativa. Brazilian Journal Of Pain, São Paulo, v. 7, p. 74 - 81, 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/brjp/a/9QwGq5XNxG8kC8LJ888pKRr/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 15 dez. 2024.
  5. DOS SANTOS SEVERINO COSTA, Michelle; CARVALHO MAGESTE, Caroline; SOUZA SIMÃO, Dierisson; SANTIAGO GOMEZ, Renato. Distúrbios do sono em pacientes com dor crônica: estudo transversal. Brazilian Journal of Pain, São Paulo, v. 6, p. 390-397, Outubro/Dezembro 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/brjp/a/F9GMcVy6R6vkmN8mxG4tkLc/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 16 dez. 2024.
  6. NÚCLEO DE TELESSAÚDE SANTA CATARINA. Quais os tratamentos não medicamentosos para dor crônica?. In: Quais os tratamentos não medicamentosos para dor crônica?. São Paulo: BVS Atenção Primária em Saúde, 8 jul. 2016. Disponível em: https://aps-repo.bvs.br/aps/quais-os-tratamentos-nao-medicamentosos-para-dor-cronica/. Acesso em: 16 dez. 2024.
  7. Mendonça , J. C. de, Martins , V. de S., Rodrigues , M. P. D., Fernandes , C. H. F., & Fernandes, I. F. (2023). Abordagens Multidisciplinares para o Tratamento da Dor Crônica: Uma revisão das terapias integrativas e estratégias de manejo da dor crônica, incluindo medicamentos, fisioterapia e terapias alternativas. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 5(5), 129-144. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n5p129-144
  8. CONITEC. Relatório. In: RELATÓRIO PARA SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS: PREGABALINA PARA O TRATAMENTO DE DOR NEUROPÁTICA E FIBROMIALGIA. Brasília-DF: Ministério da Saúde, Julho 2021. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2021/Sociedade/20210804_resoc271_pregabalina_dor_fibromialgia_final.pdf. Acesso em: 15 dez. 2024.

 

Material destinado a todos os públicos.

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